
Sim —
anúncios no Facebook (e em outras plataformas da Meta, como Instagram,
WhatsApp e Messenger) têm sido usados como vetores para
espalhar malware sofisticado, especialmente visando investidores
de criptomoedas e, em alguns casos, de ações. Veja os
principais casos identificados por pesquisadores de segurança:
Casos confirmados de
malvertising focado em investidores
1. Bro-kewell via anúncios do
“TradingView Premium” falsificado
Pesquisadores da Bitdefender
Labs detectaram uma campanha ativa desde 22 de julho de 2025 usando ao
menos 75 anúncios maliciosos na rede de publicidade da Meta. Eles prometem uma
versão “Premium” gratuita do app TradingView, mas infectam dispositivos Android
com uma versão avançada do trojan Brokewell.
Este malware pode:
- Roubar credenciais de login e interceptar
cookies de sessão
- Registrar interações do usuário (toques,
digitação)
- Monitorar registros de chamadas,
localização, áudio e permitir controle remoto completo do dispositivo
- Extrair códigos 2FA e agir como
spyware/RAT TechRadarBitdefenderheise online
Atingiu dezenas de milhares de
pessoas apenas na União Europeia.TechRadar
2. JSCEAL — malware
disseminado via anúncios com JavaScript compilado
A Check Point alerta
sobre o malware JSCEAL, disseminado por meio de anúncios enganosos que
imitam exchanges ou carteiras de criptomoedas. De janeiro a junho de 2025, mais
de 35.000 anúncios maliciosos foram veiculados na UE, possivelmente alcançando
mais de 10 milhões de pessoas globalmente.
O malware é instalado via um
arquivo MSI que executa scripts de perfilamento (via PowerShell) antes de
implantar o payload. O uso de arquivos JavaScript compilados (JSC) torna a
detecção particularmente difícil. Uma vez executado no Node.js, o JSCEAL é capaz
de roubar credenciais e chaves privadas de carteiras de criptomoedas.TechRadarCointelegraph
3. PlayPraetor — RAT
distribuído via Meta Ads e falsas lojas
Outra ameaça recente envolve o
PlayPraetor, um trojan de acesso remoto (RAT) que já infectou mais de
11.000 dispositivos Android. É disseminado por meio de páginas falsas que
imitam a Google Play Store e são promovidas via anúncios da Meta, além de
phishing por SMS.
Variantes como “Phantom” e
“Phish” mimetizam dezenas de apps bancários e de criptomoedas, capturam
credenciais, monitoram clipes, teclado e controlam totalmente o dispositivo.TechRadar
4. Golpes baseados em phishing
usando perfis de negócios e mídias falsas
Na Lituânia, desde abril de
2025, criminosos têm usado contas de negócios comprometidas na Meta para
veicular anúncios que imitam veículos de mídia respeitáveis. Esses golpes
direcionam vítimas a sites falsos que simulam portais de notícias; após inserirem
dados pessoais, são contatadas por “consultores” que as induzem a investir em
plataformas fraudulentas.LinkedIn
5. Campanha Desert Dexter
usando Facebook Ads
Estima-se que o grupo Desert
Dexter tenha infectado cerca de 900 usuários no Oriente Médio e Norte da
África com um RAT customizado chamado AsyncRAT, distribuído via anúncios
temporários no Facebook, focando em aplicações de criptomoeda.Reddit
Por que isso acontece?
Esse tipo de ataque é
denominado malvertising — quando anúncios legítimos ou maliciosos são
usados para propagar malware. Aproveita-se da credibilidade das plataformas de
anúncios para alcançar amplas audiências com baixo risco para os atacantes.Wikipedia
Resumo por tipo de campanha
|
Tipo de ameaça |
Vetor de ataque |
Malware / Técnica |
|
TradingView Premium falso |
Anúncios no Meta → APK
malicioso |
Trojan Brokewell (RAT) |
|
JSCEAL via anúncios |
Ads → .MSI JavaScript
compilado |
JSCEAL |
|
PlayPraetor |
Meta Ads + sites falsos |
RAT / Info-stealer |
|
Phishing institucionalizador |
Ads de contas comprometidas |
Roubo de dados → golpes |
|
Desert Dexter (Assia/África) |
Anúncios no Facebook
temporários |
AsyncRAT com keylogger |
Como se proteger?
- Evite instalar apps via anúncios.
Só baixe apps oficiais diretamente de lojas reconhecidas (Google Play,
Apple Store).
- Desconfie de “versões premium grátis” de
apps pagos — esse é um truque comum para induzir à instalação de malware.
- Use antivírus atualizados e verificados.
- Verifique permissões solicitadas:
trojans pedem acesso extensivo ao sistema, algo que apps legítimos
geralmente não precisam.
- Não forneça credenciais ou chaves
privadas.
- Monitore atividades financeiras suspeitas.
- Denuncie anúncios enganosos nas
redes sociais e entre em contato com suporte ou bancos se desconfiar de
fraude.
Conclusão
Sim, anúncios no Facebook e
outras plataformas da Meta estão sendo usados ativamente para espalhar
malware e realizar golpes focados em investidores de criptomoedas — e em
alguns casos, também direcionados a quem investe ou tem interesse em ações. As
campanhas são sofisticadas, multifásicas e muitas vezes altamente localizadas e
personalizadas.

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