
Sim — há
um malware chamado Herodotus que, segundo pesquisadores,
simula digitação humana (“human-like typing”) para enganar
sistemas de segurança.
Aqui está como ele funciona e
os riscos:
Como o Herodotus age
- Distribuição por phishing (SMiShing)
- Criminosos enviam SMS com links
maliciosos que induzem o usuário a baixar o malware.
- No Brasil, ele se disfarça como um
“Módulo Segurança Stone” para parecer legítimo.
- Permissões de acessibilidade
- Ao instalar, ele pede permissões
“accessibility” no Android, o que lhe dá controle para interagir com a
interface do usuário (clicar, digitar, fazer swipes etc.).
- Com isso, pode sobrepor telas (“overlay
attack”) para exibir telas falsas de login de banco.
- Simulação de digitação humana
- Ele digita texto (como senhas) com
atrasos aleatórios entre cada caractere — de 0,3 a 3 segundos — para
imitar o ritmo de alguém digitando de verdade.
- Essa “humanização” serve para burlar
sistemas antifraude que detectam bots ou digitação automática com base no
tempo.
- Interceptação de SMS / 2FA
- Ele rouba mensagens SMS, inclusive
aquelas com códigos de autenticação em dois fatores, o que facilita
fraudes bancárias.
- Também pode executar transações como se
fosse o próprio usuário, porque tem controle “total” do dispositivo.
- Modelo de negócio
- Herodotus é vendido como Malware-as-a-Service
(MaaS), o que significa que outros cibercriminosos podem contratá-lo
para cometer fraudes.
- Segundo os investigadores, os mesmos
operadores por trás do Herodotus atuavam com outro malware chamado
Brokewell.
Por que é perigoso
- Por imitar o comportamento humano, ele
dificulta a detecção por sistemas de comportamento (behavioral fraud
detection) dos bancos.
- Permite invasão profunda no celular, não
só para roubar dados, mas para controlar o dispositivo e fazer transações
financeiras fraudulentas.
- Como usa SMS para se propagar, pode
atingir muitas pessoas de forma relativamente simples (via mensagens).
Confirmação de uso no Brasil
Sim, esse malware já foi
identificado em campanhas ativas no Brasil.
Como se proteger
Algumas medidas para reduzir o
risco:
- Desconfie de SMS com links para
“atualização” ou “módulo de segurança”.
- Não instale apps de fontes desconhecidas
(evite “sideloading”).
- Use antivírus confiáveis no celular.
- Ative alertas do banco para transações: se
algo suspeito acontecer, você pode reagir rápido.
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